terça-feira, 16 de novembro de 2010

Carta de um juiz substituto

Juiz Clênio Lima Corrêa
Caros amigos Juízes do Pará, em janeiro de 2007 assumi o cargo de Juiz Substituto do TJE-PA. Não conhecia o Estado e sua grandeza. Quando estava respondendo por uma Vara da Comarca de Santarém, recebi a notícia, via diário, de que responderia pela 1ª Vara Cível da Comarca de Redenção, sul do Estado.

Ali percebi que o Pará ensina muito: ensina vida. O Sul do Pará é fértil em situações melindrosas para um juiz, ainda mais substituto, não vitalício, no início da carreira. Confesso que fiquei um pouco receoso, mas o desafio estava posto, tinha que enfrentá-lo.

Quando cheguei, meu primeiro contato foi com o Dr. Carlos Márcio, à época titular da Vara Agrária de Redenção. Na viagem fiquei mais tranquilo, pois o Dr. Carlos Márcio me informou que havia muita lenda quanto ao Sul do Pará, que não era aquilo tudo que se dizia: o Sul do Pará é somente uma região distante da capital, com suas peculiaridades.

De fato, Redenção é somente mais uma Comarca distante da sede do Tribunal, com suas peculiaridades e problemas. Hoje, aqui no Maranhão (sou juiz aqui desde novembro de 2009), vejo que as Comarcas dos interiores dos Estados da nossa região têm problemas semelhantes. Foi aí que  percebi o valor de um amigo mais experiente e confiável para nos ajudar e orientar no início da carreira.

Esse amigo foi o Dr. Carlos Márcio. Sempre o vi como juiz sério, trabalhador, honesto e cioso de suas garantias e da magistratura como um todo. Na sua atuação como Vice-Presidente de prerrogativas, presenciei sua luta na defesa de vários magistrados, sempre colocando-se à disposição para ajudá-los. Inclusive foi o meu caso quando fui ameaçado na Comarca de Almeirim, durante as eleições de 2008.

Posso afirmar que o Dr. Carlos Márcio se empenhou diretamente na luta pela implementação do pagamento da gratificação por exercício em entrância distinta para os juízes substitutos, inclusive junto ao CNJ – ele, pessoalmente, ajudou na elaboração do pedido e no acompanhamento do processo. Se não se colheu frutos, posso dizer que toda a magistratura perdeu, mas em momento algum o Dr. Carlos Márcio se furtou da batalha – como alguns incautos insistem em dizer.

Vi também, pessoalmente, sua capacidade de organização e liderança, quando participou diretamente da organização do Fórum Social Mundial de Juízes, realizado pela primeira vez no Brasil, fora do Rio Grande Sul, em Belém. Não resta dúvida quanto sua capacidade de gerir equipes, organizar eventos, lidar com pessoas.

Outra coisa que admiro no Dr. Carlos Márcio é a qualidade que ele tem de não distinguir pessoas – sempre fui tratado da mesma forma que os outros juízes da Comarca de Redenção (eu era o único substituto na época). E na minha convivência, observei que o mesmo tratamento que me era dispensado, para os outros também era da mesma forma: um tratamento cortês e respeitoso.

As qualidades do meu amigo Carlos Márcio são essas relatadas. Tenho certeza que são as melhores e que ele tem o perfil ideal para dirigir a AMEPA e levá-la ao seu lugar de destaque e liderança em toda  a região.

O que posso dizer ainda é que meu amigo Carlos Márcio nunca se curvará a qualquer interferência externa e será intransigente na defesa das prerrogativas da magistratura paraense. Como gostamos de dizer aqui no interior do Maranhão, “o caba é bom, merece nosso respeito”. Tenho certeza que os direitos e prerrogativas dos magistrados paraenses terão um defensor incansável, que não cede ao primeiro desafio, que é capaz de sacrificar momentos pessoais pelo bem da classe. Pode até ser ranzinza por vezes e torcer pelo Sport (segundona), mas quem é perfeito?

Esse é o Dr. Carlos Márcio que eu conheço e confio plenamente. Sei que não mudou e será um excelente Presidente. Parabéns amigos juízes do Pará.
No mais, inté e um forte abraço.

Juiz Clênio Lima Corrêa
Comarca de São Domingos do Maranhão

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